segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Próxima parada: Fazenda Itaocaia, em Maricá

No rumo da Fazenda Itaocaia, em Maricá, acabei me perdendo da caravana. Felizmente as placas sinalizadoras do DER-RJ, especialmente confeccionadas para guiar os turistas pelos Caminhos de Darwin, funcionaram. O reencontro com o grupo se deu na placa acima, localizada na Rodovia Amaral Peixoto, a qual indicava a direção de Itaipuaçu.


Outra placa, mais adiante, nos colocou no rumo exato da Fazenda Itaocaia, localizada na Av. Itaocaia Valley, em Itaipuaçu. Como podem ver acima, as placas fizeram muito sucesso!


Chegamos, finalmente, na bela Fazenda Itaocaia. Fomos recebidos por um sol escaldante, apesar da temporada de chuva que antecedeu e acompanhou a expedição ao longo de seus 4 (quatro) dias. Mas o sol não foi a única surpresa de nossa passagem por Maricá, repleta de muito calor humano e aconchego, como veremos mais adiante...


Uma equipe formada por jovens chegaram a cavalo, talvez a nos lembrar o meio de transporte usado por Darwin na ocasião.


Em baixo de muito sol, a cerimônia de inauguração começou com as palavras do nosso mestre de cerimônias, Ildeu. A placa, para quem deseja conhecê-la pessoalmente, fica localizada em frente à Fazenda Itaocaia.



Randal Keynes falou em seguida, como sempre muito simpático e apresentando sua mensagem em inglês, com tradução simultânea. Lembrou-nos das impressões que Darwin apresentou em seu diário sobre a região de Maricá, alcançada através da Serra da Tiririca, tendo parado na Fazenda Itaocaia.



A bióloga Sandra Selles falou sobre a pesquisa realizada na UFF em conjunto com a historiadora Martha Abreu sobre a passagem de Darwin pelo Rio de Janeiro, em especial pela Serra da Tiririca, indo na direção da região Norte Fluminense. Na verdade, essa pesquisa foi um dos pontos-de-partida que possibilitaram a Expedição Caminhos de Darwin.



A placa foi descerrada...



O público presente acompanhou em seguida a esquete teatral onde Carlos Palma representou Darwin, lendo um trecho de seu famoso diário.



Mais um registro do ator Carlos Palma em sua esquete, acompanhado por Randal Keynes que segura em suas mãos a máscara que representa Darwin.



Em um galpão localizado dentro da Fazenda Itaocaia, grandes surpresas nos aguardavam. A primeira delas foi a recepção musical feita pela banda de música Tambores de Ouro.



No grande galpão, muitas escolas e organizações governamentais e não governamentais montaram exposições.



Juliana e Caliandra, alunas do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas que a UFRJ mantém em Macaé, estão aqui observando uma exposição de gravuras que representam diferentes espécies vegetais que Darwin encontrou em sua viagem pelo Estado do Rio de Janeiro. A arte a serviço da ciência. Que tal?



Um dos pontos altos da verdadeira festa que prepararam em Maricá foi a apresentação do grupo de capoeira Leo Pivete.



Randal Keynes ficou encantado pela belíssima apresentação, tendo fotografado e também posado ao lado dos membros do grupo de capoeira.


O Beagle, navio onde Darwin realizou sua viagem de quase 5 anos pelo mundo, representado aqui em um trabalho produzido por crianças da Escola Estadual Casa da Criança Itaipuaçu. Não parecia a Arca de Noé?



A excelente exposição de animais taxidermizados apresentada pela equipe do Parque Estadual da Serra da Tiririca continha, dentre outros bichos, uma lontra, um jacaré e uma preguiça.



Todos esses animais, que incluíam cobras, tamanduá, tatu e diferentes pássaros, foram apreendidos nas mãos de caçadores na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca. A exposição serviu para nos alertar quanto à necessidade de preservação de mais essa importante unidade de conservação, da mata atlântica e das espécies que ali ainda conseguimos encontrar.



Para finalizar, antes de comermos uma deliciosa feijoada, tivemos ainda uma coreografia apresentada por um grupo de estudantes, ao som de música da trilha sonora de "O Rei Leão", longa-metragem animado produzido nos estúdios Disney. A foto da feijoada não foi possível fazer porque o fotógrafo estava com muita fome!
Outras informações sobre a passagem da Expedição Caminhos de Darwin por Maricá podem ser obtidas no site da Prefeitura de Maricá, através do seguinte link:
Confira!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Primeira parada: Jardim Botânico, manhã do dia 26 de novembro de 2008

Ildeu de Castro Moreira, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, comanda a solenidade de inauguração da primeira placa comemorativa da Expedição Caminhos de Darwin, localizada no Jardim Botânico. Ao lado dele, o presidente do Jardim Botânico, Liszt Vieira, e o tataraneto de Charles Darwin, Randal Keynes.

Acompanhou a solenidade um público atento constituído por cientistas, divulgadores da ciência, professores, artistas, estudantes etc. Jornalistas de diferentes órgãos da impressa também se fizeram presentes.


Após as palavras iniciais de boas-vindas e apresentação do projeto proferidas pelo coordenador geral da Expedição Caminhos de Darwin, Prof. Ildeu de Castro Moreira, a solenidade teve continuidade.



Randal Keynes, tataraneto de Darwin, teve a palavra e falou brilhantemente sobre a importância de seu ilustre ancestral para a ciência e sobre as impressões que lhe deixaram o Rio de Janeiro de 1832, as quais marcaram definitivamente sua vida e a carreira científica.



Em seguida, o anfitrião, Liszt Vieira, teve a oportunidade de ressaltar a relevância da passagem de Charles Darwin pelo Jardim Botânico.



O pesquisador e representante do Jardim Botânico na Expedição Caminhos de Darwin, Cyl Farney Catarino de Sá, apresentou em sua mini-palestra informações científicas e históricas relacionadas à viagem de Charles Darwin a bordo do Beagle e em especial sobre período em que o naturalista passou no território da cidade e da província do Rio de Janeiro.



Enfim, o momento esperado em que foi descerrada a placa comemorativa.



O ator Carlos Palma, do elenco da peça After Darwin, marcou presença representando mais uma vez o personagem Charles Darwin, lendo trechos do diário que descreve detalhes da viagem do naturalista a bordo do Beagle.



Marcelo Machado, de Macaé, ao lado de Ildeu e de Jurema e Fátima Brito, ambas da Casa da Ciência da UFRJ e que integraram a Comissão Organizadora da Expedição Caminhos de Darwin. Sem elas... o que seria da Expedição? Parabéns pelo excelente trabalho!



Uma equipe formada por estudantes do Ensino Médio de diferentes cidades participantes da Expedição iniciou sua árdua missão de produzir um áudio-visual sobre o percurso que iniciou nessa manhã de quarta-feira no Jardim Botânico e se concluirá apenas no sábado, em Niterói. Bom trabalho aos jovens!



Um encontro de "Darwins" diante das câmeras.



Caliandra e Juliana, ilustres representantes do corpo discente do NUPEM que estagiam no recém inaugurado Espaço Ciência NUPEM e desenvolvem atividades de educação e divulgação científica através do LabEDiC (Laboratório de Educação e Divulgação Científica).


A caravana segue para a próxima parada: Fazenda Itaocaia (Maricá).



Integrando a caravana, o ônibus de Macaé segue também sua viagem...

After Darwin: saiba um pouco mais sobre este belíssimo espetáculo teatral!

Em tempos de Expedição Caminhos de Darwin, vale a pena lembrar essa excelente montagem da peça escrita pela inglesa Timberlake Wertenbaker, apresentada no Teatro da Escola SESC de Ensino Médio no dia 22 de novembro. O público era formado basicamente por professores e estudantes das redes de ensino das cidades envolvidas na referida Expedição porque tiveram o privilégio de serem visitadas em 1832 por Charles Darwin.

Em Cena, os atores Oswaldo Mendes, Carlos Palma e Vera Kowalska.
Maiores informações sobre a peça encenada pelo grupo teatral Arte Ciência no Palco, de São Paulo, podem ser obtidas no link
Lá vocês encontrarão a seguinte sinopse:
"O espetáculo estreou em 18 de maio de 2007 e participou da programação da exposição internacional DARWIN, realizada pelo Instituto Sangari (organizada pelo American Museum of Natural History - NY) no Museu de Arte de São Paulo - MASP.
After Darwin aborda as relações e os conflitos do então jovem naturalista com o capitão Robert Fitzroy durante a histórica viagem do Beagle. Assim, se a exposição oferece ao público uma visão documental do trabalho de Darwin, o teatro aproxima o personagem da vida contemporânea e reflete sobre a atualidade da sua teoria da evolução das espécies pela seleção natural. Além do choque entre darwinismo e criacionismo, personificado na figura de Fitzroy, as questões centrais da teoria de Darwin, como a influência do ambiente e a vantagem dos mais fortes e mais aptos no processo de sobrevivência e evolução das espécies, são projetadas em After Darwin no cotidiano das relações humanas e das estruturas sociais."

Grupo de Macaé foi assistir ao espetáculo After Darwin no Teatro da Escola SESC de Ensino Médio

Capitaneados por Marcelo Machado, professores e estudantes da educação básica (Rede Pública Municipal e Estadual) e do ensino superior (NUPEM/UFRJ) foram ao Rio de Janeiro assistir à peça After Darwin em ônibus disponibilizado pela Prefeitura de Macaé.
A caminho, fizemos uma parada na BR-101, em Rio Bonito.


Eu e Marcelo Machado posando junto ao ônibus, antes de retornarmos à BR-101 em direção ao Rio de Janeiro.


Os Professores Angélica e Heitor, a estudante Caliandra e o Prof. Pablo, formando comigo (que bati a foto) o time do NUPEM/UFRJ que foi prestigiar o excelente espetáculo apresentado pelo grupo Arte Ciência no Palco, de São Paulo.



Antes do espetáculo começar, mais um registro fotográfico do pessoal do NUPEM/UFRJ.


Caliandra aproveitou para registrar essa lembrança fotográfica da vinda de Randal Keynes (tataraneto de Charles Darwin) ao Rio de Janeiro. Ele que veio prestigiar a Expedição Caminhos de Darwin, também nos brindou com sua presença no After Darwin. Após o espetáculo, tivemos a oportunidade de ouvi-lo respondendo perguntas feitas pela platéia.


Aqui já estamos nos preparando para voltar. Ao fundo o belo prédio onde está localizado o Teatro da Escola SESC de Ensino Médio, na Barra da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Tataraneto refaz o caminho de Darwin pelo Rio de Janeiro (Jornal O Estado de São Paulo)

Subtítulo: O cientista lamentaria a perda da biodicersidade, mas celebraria o fim da escravidão, diz Randal Keynes

(Escrito por Herton Escobar e disponível no link:

RIO - Charles Darwin ficaria horrorizado com a destruição da mata atlântica brasileira, que ele conheceu quase intocada, em 1832, e que hoje está reduzida a apenas 7% de suas florestas originais. Também ficaria chocado com a segregação social do Rio de Janeiro, ainda que se sentisse aliviado - e muito - com o fim da escravidão.

A opinião é de seu tataraneto, o conservacionista Randal Keynes, que está pela primeira vez no Brasil, refazendo os passos de seu tataravô pelas florestas tropicais fluminenses - ou o que sobrou delas. Darwin passou três meses no Rio de Janeiro, entre abril e julho de 1832, e fez uma expedição de 15 dias sobre sela de cavalo e lombo de mula até Conceição de Macabu, no norte do Estado.

No caminho, coletou plantas, animais, insetos e se impressionou - da pior maneira possível - com o tratamento dos escravos nos engenhos e cafezais. “Ele odiava o escravagismo”, relata Keynes. “Essa foi sua outra grande experiência no Brasil, além da biodiversidade.”

Keynes conversou com o Estado em meio a uma festa com feijoada na Fazenda Itaocaia, em Maricá, um antigo engenho escravocrata, no qual Darwin também almoçou e descansou.

Qual foi a importância do Brasil e do Rio de Janeiro para Darwin?

Foi imensa. O Brasil foi o primeiro lugar em um continente que ele visitou na expedição do Beagle. Foi aqui, no Rio, que ele viveu sua primeira experiência em uma floresta tropical ‘completa’. Ele adorava ir e voltar da mata, mergulhar no seu silêncio, na sua incrível diversidade de plantas, insetos e animais.

Ele já pensava sobre a teoria da evolução quando estava aqui?

Não. Naquela época ele ainda acreditava na ‘verdade literal’ do Gênese. Ele não tinha a menor idéia de que poderia desenvolver uma teoria na qual as espécies mudam no tempo.

Ele era um criacionista, então?

De certo modo, sim. Ele teve uma experiência muito importante no Brasil, que foi presenciar, de fato, a riqueza e a diversidade da vida nas florestas tropicais - coisa que ele só conhecia dos livros. Isso lhe deu um novo senso sobre a força criativa da natureza, que é o que dá origem à biodiversidade e que, mais tarde, se tornaria a base de sua teoria.

Pelo que o senhor está vendo aqui, qual seria a reação dele hoje, fazendo a mesma expedição?

Ele certamente ficaria chocado com o tanto da mata atlântica que foi perdido e com a biodiversidade reduzida que existe nas matas secundárias que substituíram as plantações de café e cana-de-açúcar. Ele também prestaria muita atenção na segregação entre ricos e pobres, e ficaria muito preocupado com isso. Porém, ficaria muito satisfeito ao saber que a escravidão foi abolida e que as pessoas de origem africana se integraram plenamente à sociedade. Ficaria certamente muito contente de ver essas pessoas aqui hoje, não mais vivendo como escravos, mas dançando sua capoeira para nós e se orgulhando dessa tradição.

O senhor esperava uma recepção tão calorosa e numerosa aqui?

Confesso que não. Estou emocionado com as boas-vindas, com o interesse das pessoas por Darwin e com o orgulho que elas sentem pelo fato de ele ter estado aqui. É muito bom ver os professores ensinando seus alunos sobre a evolução e sobre o mundo natural. Estou muito impressionado com a visão positiva que as pessoas têm de Darwin aqui.

Ainda assim, o embate entre criacionismo e evolução continua forte. O senhor acredita que essa discussão se resolverá um dia?

Tomara que sim, mas não tenho esperanças reais de que isso aconteça. Isso mostra o quão difícil ainda é para os seres humanos aceitarem suas raízes animais e sua relação com o mundo natural.

Expedição 'Caminhos de Darwin' percorre 12 cidades (Jornal O Globo)

Tataraneto de Darwin no Jardim Botânico. Foto de Marco Antonio Cavalcanti

(Artigo escrito por Paulo Roberto Araújo e disponível no link:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/11/26/expedicao_caminhos_de_darwin_percorre_12_cidades-586557724.asp)

RIO - O cientista e escritor Randal Keynes, tataraneto do naturalista britânico Charles Darwin, participa da expedição "Caminhos de Darwin", que partiu, nesta quarta-feira, do Jardim Botânico do Rio com destino ao interior. Até domingo, a expedição vai percorrer todos os pontos de 12 municípios que o britânico visitou há 176 anos, quando chegou ao Rio no navio Beagle. A expedição, que termina domingo, em Niterói, tem a participação de cientistas, professores, estudantes e jornalistas.
- Eu tinha uma grande expectativa sobre o Rio, mas o que encontrei aqui é ainda muito melhor do que eu esperava. Estou muito animado em estar nesta expedição e muito feliz em poder encontrar todas as pessoas que dela participarão. Algumas destas serão descendentes das pessoas que Darwin conheceu e eu terei um enorme prazer em cumprimentá-las após todos esses anos.
Keynes inaugurou, no Jardim Botânico, a primeira das 12 placas comemorativas, com o mapa do estado, sinalizando o trajeto de Darwin e observações do seu diário sobre o lugar. Caracterizado de Darwin, o ator Carlos Palma apresentou uma esquete, que vai repetir em todos os municípios que vão ganhar as placas sinalizando os Caminhos de Darwin. Encantamento com o Rio
O encantamento do naturalista, autor do livro "Teoria das Espécies", durante a passagem pelo Rio revela-se em vários momentos de seu diário. Em um dos trechos, ele afirma: "Mal posso esperar o grande prazer de passar algumas semanas neste lugar muitíssimo calmo e belo. O que se pode imaginar de mais delicioso do que observar a natureza em sua forma mais grandiosa nas regiões dos trópicos?". A expedição é organizada pela Casa da Ciência e Departamento de Recursos Minerais (DRM), com participação das prefeituras.
- Darwin iria ficar muito triste se visse como estão hoje os caminhos que percorreu há 176 anos. O homem do Século XX foi o foco principal da destruição dos ecossistemas que ele tanto valorizou. Além da destruição dos ecossistemas, houve uma redução da biodiversidade destes ambientes - disse o ecólogo Francisco Esteves, diretor do Núcleo em Ecologia da UFRJ em Macaé.
Durante a expedição, serão inauguradas placas comemorativas, com mapa do Estado, sinalizando o trajeto de Darwin e observações do seu diário sobre o lugar. A expedição também ressaltará a importância da viagem do naturalista para a ciência e para a preservação do patrimônio histórico e geológico da região e criará um novo roteiro turístico educacional e científico no Estado, resgatando a visita de Darwin ao interior como roteiro para suas pesquisas.
A expedição tem o seguinte trajeto: Rio de Janeiro (Jardim Botânico), Marica (Fazenda Itaocaia), Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio (Fazenda Campos Novos), Casimiro de Abreu (Barra de São João), Macaé, Conceição de Macabu (Fazenda Sossego), Rio Bonito, Itaboraí e Niterói, onde está programada palestra de Randal Keynes.

Expedição Caminhos de Darwin parte hoje do Rio para percorrer 12 cidades (Jornal O Globo)

(Escrito por Paulo Roberto Araújo e disponível no link:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/11/26/expedicao_caminhos_de_darwin_parte_hoje_do_rio_para_percorrer_12_cidades-586557262.asp)

RIO - O cientista e escritor Randal Keynes, tataraneto do naturalista britânico Charles Darwin, participa da expedição "Caminhos de Darwin", que parte, na manhã desta quarta-feira, do Jardim Botânico do Rio com destino ao interior. Até domingo, a expedição vai percorrer todos os pontos de 12 municípios que o britânico visitou há 176 anos, quando chegou ao Rio no navio Beagle. A expedição, que termina domingo, em Niterói, terá a participação de cientistas, professores, estudantes e jornalistas.
O encantamento do cientista, autor do livro "Teoria das Espécies", durante a passagem pelo Rio revela-se em vários momentos de seu diário. Em um dos trechos, ele afirma: "Mal posso esperar o grande prazer de passar algumas semanas neste lugar muitíssimo calmo e belo. O que se pode imaginar de mais delicioso do que observar a natureza em sua forma mais grandiosa nas regiões dos trópicos?". A expedição é organizada pela Casa da Ciência e Departamento de Recursos Minerais (DRM), com participação das prefeituras.
- O Darwin iria ficar muito triste se visse como estão hoje os caminhos que percorreu há 176 anos. O homem do Século XX foi o foco principal da destruição dos ecossistemas que ele tanto valorizou. Além da destruição dos ecossistemas, houve uma redução da biodiversidade destes ambientes - disse o ecólogo Francisco Esteves, diretor do Núcleo em Ecologia da UFRJ em Macaé.
Durante a expedição, serão inauguradas placas comemorativas, com mapa do Estado, sinalizando o trajeto de Darwin e observações do seu diário sobre o lugar. A expedição também ressaltará a importância da viagem do naturalista para a ciência e para a preservação do patrimônio histórico e geológico da região e criará um novo roteiro turístico educacional e científico no Estado, resgatando a visita de Darwin ao interior como roteiro para suas pesquisas.
A expedição terá o seguinte trajeto: Rio de Janeiro (Jardim Botânico), Marica (Fazenda Itaocaia), Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio (Fazenda Campos Novos), Casimiro de Abreu (Barra de São João), Macaé, Conceição de Macabu (Fazenda Sossego), Rio Bonito, Itaboraí e Niterói, onde está programada palestra de Randal Keynes.